O pronunciamento foi feito esta sexta, 25, pelo Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, na 1ª edição de 2025 dos Fóruns e Debates, uma iniciativa promovida pela Conselho Nacional da Juventude (CNJ), que decorreu no Auditório Maria do Carmo Medina, na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.
Diamantino Azevedo fez uma abordagem abrangente sobre os principais projectos estruturantes em curso no sector que dirige e os desafios que se avizinham com a actual conjuntura mundial. As refinarias de Luanda, Lobito e Cabinda, bem como o Terminal Oceânico da Barra do Dande, infra-estruturas fundamentais para que Angola deixe de exportar petróleo bruto e passe a transformar localmente os seus recursos, reduzindo a dependência da importação de derivados foram também destacados durante o pronunciamento do governante.
“Exportamos petróleo e importamos cerca de 80% dos derivados que consumimos. Por isso, a conclusão das refinarias é um dos nossos principais objectivos. Apesar do petróleo ser indispensável ao funcionamento da economia mundial, trata-se de um recurso não renovável e com preços voláteis. O nosso planeta ainda não está preparado para viver sem hidrocarbonetos. Por isso, devemos continuar a explorá-los, mas respeitando o ambiente, descarbonizando e reduzindo as emissões de gases poluentes”, afirmou.
Além do petróleo, o Ministro sublinhou a importância de diversificar a exploração dos recursos minerais, mencionando projectos estratégicos como a exploração de Terras Raras no Huambo, a Fábrica de Siderurgia no Namibe, o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo e o Fábrica de Fertilizantes no Soyo, empreendimentos que, segundo o governante, “têm permitido gerar empregos e aumentar a capacidade de transformação das localidades onde estão implementados”.
No campo da formação, ressaltou a necessidade urgente de se investir no capital humano. “Para cada técnico superior, precisamos de 5 técnicos médios e 15 técnicos de base. Não é apenas o ensino superior que garante emprego nas plataformas petrolíferas”, clarificou.
Em forma de encorajamento, o governante apelou à dedicação dos jovens aos estudos e à investigação. “É fundamental que a juventude estude mais e investigue melhor. Almejamos ter quadros preparados para os desafios da transição energética”, concluiu.
O Presidente do CNJ, agradeceu a presença do Titular do MIREMPET e considerou que o evento marcou um passo importante para a integração da juventude no desenvolvimento sustentável da indústria extractiva. “O sector continua a ser motor de receitas e desenvolvimento, mas é essencial garantir sustentabilidade e criar oportunidades reais para os jovens”, referiu .
Na sua intervenção, Isaías Calunga apelou à necessidade de combinar a exploração com responsabilidade ambiental e inclusão social, bem como a criação de um ecossistema favorável ao empreendedorismo jovem, com acesso a financiamento, formação técnica e parcerias.